domingo, 15 de março de 2009

















ODE À REBELDIA


Acho a vitória tão inglória,

é tão grande a minha mágoa

que, mesmo vencedor, ajoelho-me

e rogo aos vencidos que me perdoem.

Não seja minha mão pesada

ato capaz de submeter-vos;

o argumento de minha alegria

é sim motivo de meu pesar,

causa de minha tristeza.

Ah, pobre de mim,

ser vencedor e padecer no trono,

é dar força ao inimigo

que na surdina se encontra

e no dia a dia se avoluma

e ganha forças

e ser um dia,

que pouco importa quando chegue,

ser por fim um vencedor;

como eu,

ah, pouco importa,

e depois mofar no trono.

Não, não quero nunca ser rei,

muito menos seus súditos,

nem dominador, nem dominados;

serei rebelde, eternamente rebelde,

iconoclasta,

contra o poder e avesso aos donos, sem freios.

Viva a rebeldia,

abaixo as elites efêmeras.

sábado, 14 de março de 2009




VOCÊ





Hoje eu poderia fazer a cara mais triste do mundo
ou explodir de alegria.
Chorar amargo num desespero insano
ou incendiar os sorrisos dos presentes.
Padecer ausente
ou atear em mim mesmo o fogo de tua presença.
A tua ausência
é o ato de mexer comigo.

quarta-feira, 11 de março de 2009










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À SANTÍSSIMA TRINDADE

Eu gostaria de ser três pessoas em uma só.
De uma delas seria um revolucionário,
levaria o povo aquilo que por direito é dele,
derubaria do trono os reis cruéis,
às crianças ensinaria seus direitos
e a cada homem desde pequeno o ensinaria a ser guerreiro.
De outra vida faria surgir um ser que que não conhece a violência,
que crê na bondade,
quer o bem e o vê de modo diferente,
através de atitutes pacifistas levaria o povo ao que é dele,
convencendo o rei a abandonar a coroa,
às crianças ensinaria tão somente a bondade
e aos homens desde pequeno seus deveres
e a cada um deles o tornaria um pacifista.
E a terceira e última pessoa que me resta
seria então crucificada pelo povo.

segunda-feira, 9 de março de 2009



























AULA MAGNA NA UFS E APRENDIZAGEM IDEM


Ronaldo Mota



A Universidade Federal de Sergipe (UFS) teve seu início, enquanto Universidade, durante a década de 1960, resultado de iniciativas anteriores que datam da década de 1920.

Na verdade, hoje a instituição poderia denominar-se Universidade de Sergipe, dispensando o sobrenome do meio, dado sua afinidade e compromisso com o Estado. Não há tema de desenvolvimento estadual que não seja assunto de sua alçada e não há, igualmente, solução que não conte com sua participação solidária.

Mais recentemente, especialmente através dos Programas Universidade Aberta do Brasil (UAB) e Reestruturação Acadêmica e Expansão das Universidades Federais (REUNI), tem sido possível à UFS mais do que dobrar suas vagas e propiciar cursos em áreas estratégicas, inexistentes até então.

O Reitor, Prof. Josué Modesto, é um dos mais renomados economistas do país, profundo conhecedor de história econômica, matéria imprescindível para entender o contexto da crise atual. O Vice-Reitor, Prof. Ângelo Antoniolli (comigo na foto ajudando carregar o peixe), um cientista na área de farmacologia com visão empreendedora singular, em conjunto com equipe administrativa competente e harmônica, compõem a receita para uma universidade de sucesso, como tem sido observado na prática por todos naquela unidade da federação.

Tive o prazer de ministrar a Aula Magna da UFS por ocasião dos inícios das atividades acadêmicas deste ano, especialmente aos estudantes recém-ingressos dos turnos diurno e noturno. Em ambos os períodos, deparei-me com calouros muito interessados no tema do método científico e a evolução histórica ao longo dos caminhos da humanidade. Caminhos que passam pelo Australopithecus, Homo habilis, Homo erectus, Homo neanderthalensis e Homo sapiens sapiens, bem como nosso berço maior da civilização ocidental: a Grécia Antiga (ver figuras acima).

Não sei se consegui ensinar tudo o que pretendia, mas aprendi muito no final de semana posterior. Aprendi muito, particularmente no contato com a natureza. Existe uma região, próxima com a divisa com a Bahia (Mangue Seco, mais exatamente), próximo à localidade de Estância, onde braços do mar adentram o território sergipano, formando um eco-sistema de manguezal admirável.

Aprendi (comecei a aprender) o papel do mergulho na observação daquilo que de fora não é visto na riqueza do fundo daqueles cursos d’água. Pescamos na medida de nossa capacidade de comer, preservando o equilíbrio natural. Mesmo assim, os peixes são enormes.

Com o apoio do mergulhador Misso (pescador nativo) pudemos escolher a dedo (que aperta o arpão) um peixe (garoupa) fantástico de 45 Kg (ver fotos). Fantástico ver charéus de quase um metro de comprimento cercando cardumes de curimãs (tainhas para os do sul). Um ambiente inigualável em beleza.

Aprende-se muito, especialmente a diversidade do Brasil e sua riqueza humana, podendo conviver com pessoas da mais alta qualidade e espírito humano solidário e adoradores da confraternização. Vivendo e aprendendo, ensinando quando possível.