terça-feira, 7 de setembro de 2010















PIC-NIC EM BRASÍLIA



Sete anos de Brasília fazem tudo ter sabor de despedida, mesmo quando não se vai embora. Nada a ver com política (tudo lembra política nestes tempos de setembro 2010), muito menos desconforto ou vontade de ir embora. É que sete anos consolidam um tempo de melancolia. Tempo bom, de aprendizado e de entretenimento.

O Parque da Cidade sempre ficou no centro, visto de um lado ou do outro, sempre navegamos ao seu redor, desde os tempos do Bonaparte. Tudo lembra JK, até o nome conferido de sua esposa Sara ao Parque.

Brasília é uma promessa. De vários, JK entre eles. No caso, um comício em Jataí-Go. E quem é que lembra de promessa de comício? No entanto, menos de três meses depois de tomar posse na presidência, JK deu o primeiro passo para construir uma nova capital no centro do país.

JK cumpriu a promessa mas não foi totalmente original, nem seguer é dele a idéia da capital no centro do País. A inspiração está presente em dispositivo incluído em sucessivas Constituições desde os tempos do Império. JK chegando à Presidência em 18 de abril de 1956 (um ano exato após Einstein morrer) Juscelino enviou projeto de lei ao Congresso Nacional. Não sem enfrentar fortes oposições de parlamentares, o projeto se transformou em lei, sancionada a 19 de setembro de 1956, que fixava os limites do novo Distrito Federal e autorizava a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

Se ousadia já não fosse pouca, outra lei, de 1º de outubro daquele ano, fixou a data para a mudança da capital: 21 de abril de 1960. Significava que tudo teria que ser feito no curto espaço de três anos e sete meses.

Ora, se a capital foi de fato erguida em três anos e sete meses, por que não comemorar e se dar por satisfeito com o dobro e não ter construído capital (nos dois sentidos) alguma (ou algum no sentido inverso)?

Um pic-nic é sempre um pic-nic. Mais patos do que formigas. Um final de tarde de sol quente abrindo espaço para um vento fresco ameaçando ficar frio, tal qual deserto que de fato é.

Como diria Leminsky: por que Brasília não pode ser apenas uma cidade? Pedras, nada mais que pedras, sem a exigência de carregar junto essa história, que tanto lhe pesa nos ombros. Brasília das lamúrias, dos escandâlos, mas que também sabe ser Brasíla dos pic-nics.

Um comentário:

  1. Muito linda essa foto... Continuem sempre com esse lindo sorriso... Abs... Paz hoje e sempre...

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