Acho a vitória tão inglória,
é tão grande a minha mágoa
que, mesmo vencedor, ajoelho-me
e rogo aos vencidos que me perdoem.
Não seja minha mão pesada
ato capaz de submeter-vos;
o argumento de minha alegria
é sim motivo de meu pesar,
causa de minha tristeza.
Ah, pobre de mim,
ser vencedor e padecer no trono,
é dar força ao inimigo
que na surdina se encontra
e no dia a dia se avoluma
e ganha forças
e ser um dia,
que pouco importa quando chegue,
ser por fim um vencedor;
como eu,
ah, pouco importa,
e depois mofar no trono.
Não, não quero nunca ser rei,
muito menos seus súditos,
nem dominador, nem dominados;
serei rebelde, eternamente rebelde,
iconoclasta,
contra o poder e avesso aos donos, sem freios.
Viva a rebeldia,
abaixo as elites efêmeras.
Rona...tamos sentindo falta de suas postagens!
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