Todos os pais querem,
ainda que nem percebam com clareza,
que seus filhos um dia sejam órfãos.
Refletindo um fato natural,
que aqueles mais idosos nos deixem antes
e jamais passem pela insuportável tristeza
de enterrar os mais jovens.
Mesmo assim, a dor é imensa
e o tornar-se órfão está longe de ser fácil.
Há espaços de conversas
que são próprias de pais com filhos
e quando nos faltam
parece que um vazio sem tamanho se abre,
uma ausência impossível de se cobrir.
mas que perdura breve,
logo retornando a saudade do que nem sequer houve.
Uma saudade de um futuro abortado,
mas que a lembrança do passado procura consolar,
ainda que não consiga, tenta.
Pai e mãe, só há um de cada
e cada qual cumpre de forma única seu papel.
Nós, uma vez filhos, outras pai e algumas mãe.
Pouco importa, a vida segue
e só nos resta seguir na vida.
Ainda que a morte sinalize somente a primeira etapa,
enquanto houver lembrança haverá vida.
Vida espalhada em cada um
que por meio da lembrança
faz a vida deles seguir adiante simulada por nós.
Presentes nas forças para incluir em nossas vidas
cada um de seus feitos, desejos e convicções.
Permitindo que a vida possa fluir
como eles queriam que fosse, afinal.
Oi tio !! Que lindo esse seu texto!!
ResponderExcluirSaudades imensas do nosso Vô João ....
Entretanto, conosco ficam as melhores lembranças né?!
Bjos
Lia, com certeza. Só temos mesmo boas memórias; com elas fiquemos.
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