domingo, 18 de janeiro de 2009


Federal de Itajubá, Uma Universidade Coerente com seu Tempo


A Universidade Federal de Itajubá, UNIFEI, é quase centenária, tendo sido fundada em 1.913. As áreas eletrotécnica e mecânica estiveram presentes como áreas centrais desde sua origem.

Da denominação original, Instituto Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá – IMEI, passando pela federalização em 1.956, pela transformação em Escola Federal de Engenharia em 1.968, bem como pela transformação em universidade em 2002, algumas características lhe são peculiares enquanto instituição: o dinamismo, a qualidade e a vocação tecnológica.

Ao longo do tempo, outras áreas foram sendo agregadas, tais como engenharia de produção, eletrônica, computação, hídrica, física e até administração. Mesmo esta última ministrada com todas as características de um curso com viés tecnológico.

Pois bem, na semana passada, com muita honra, fui Paraninfo dos formandos 2008 das turmas de engenharia e administração. Já fui homenageado várias vezes por meus estudantes, mas essa vez foi especial e única. Nunca houvera sido antes homenageado por turmas para as quais não havia eu ministrado uma aula sequer.

Curioso era fazer pleno sentido, mesmo que não habitual. Com alguns dos docentes, bem como com alguns estudantes, raros, havia eu tido muito breve contato pessoal anterior nos eventos do CREA/CONFEA/Abenge, no caso das engenharias, e nos eventos da ANGRAD, no caso de administração, mas a imensa maioria era a primeira vez que me encontrava pessoalmente com eles, ainda que aparentando conhecê-los há muito tempo.

Creio que o tínhamos, e temos, em comum era a visão de mundo e o papel da ciência, da tecnologia e da inovação na formação educacional e no exercício do futuro profissional. A UNIFEI tem em todos os seus cursos certas características que lhe são próprias, ainda que não exclusivas, de forte componente tecnológico, de estímulo a uma visão empreendedora de seus estudantes e um apreço pela qualidade em todas as suas dimensões.

Recentemente conversando com um dirigente do SEBRAE, questionei sobre um exemplo no País de bom relacionamento entre pequenas empresas e universidades. Após reclamar genericamente das federais (das públicas, em geral), destacou ele, em sua opinião, a quase singularidade positiva da UNIFEI.

Quando mapeamos no MEC, a partir de um conjunto de indicadores acadêmicos, algo que se aproximasse de um indicador geral de qualidade das universidades brasileiras, de novo, observamos que sempre surgia, entre as primeiras colocações, a UNIFEI.

Esse conjunto de elementos tornara natural, o que me fazia mais honrado ainda, aquele encontro, sendo Paraninfo de turmas que nada havia eu ensinado diretamente a eles. Só me restava, como derradeira mensagem de um Paraninfo, lembrar-lhes de pensamentos de Albert Einstein, entre eles: “Educação é aquilo que fica quando a gente esquece aquilo que nos foi ensinado”.

Aqueles formandos eram educados, mesmo quando, e se eventualmente, esquecessem, no futuro, o que lhes havia sido ensinado, por melhor que eles tivessem aprendido. Uma instituição que trabalha bem o conceito de educação e imprimi esse conceito no ensino que ministra, isso é a UNIFEI.

A preocupação com o processo ensino-aprendizagem é de tal monta que o Reitor Renato Nunes, dirigente exemplar, preocupa-se com elementos reconhecidamente centrais, mas que a muitos passa, eventualmente, despercebido. Uma dessas legítimas preocupações é com a questão de um espaço físico educacional compatível com as incorporações de novas tecnologias.

Ou seja, o mundo atual está em permanente e acelerada transformação e as nossas sala de aula são arcaicas, em todas as suas dimensões. São salas de aula réplicas das salas do ensino médio, remontando aos ambientes da Renascença, como se não houvesse o tempo transcorrido ou que, simultaneamente, transição alguma existisse entre os níveis educacionais, bem como nos diferentes processos de ensino-aprendizagem.

O tema é tão complexo como urgente e, de fato, temos poucos estudos e experiências sobre como repensar os ambientes educacionais à luz de uma nova visão do que significa educar pessoas preparadas aos tempos contemporâneos.

Restando ao Paraninfo torcer para que aqueles formandos saibam enfrentar com competência e sabedoria os tempos atuais. Para eles não há crise. Há desafios, mas eles foram capacitados exatamente para isso.

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